Tocar-te, é ferir-se!
Sentir-te, o perfume, é aprisionar-se!
Fitar-te, é petrificar-se!
Provar-te os beijos, é saborear o néctar e a cicuta que escorrem por entre os teus lábios e por fim adormecer-se!
Saciar-te, é padecer de eterna fome!
Escutar-te, é confundir-se!
Acreditar-te, é lamentar-se!
Ó bruta flor de beleza, tentei, mas foi impossível remover os teus espinhos, que tanto me magoaram, que quanto me agrediram!
As tuas raízes já não tocavam mais a terra!!!
Mas da desventura me desgarrei!
Fugi dos porões do teu navio mercante, com as costas rubras!
E precisei de tempo, de muito tempo, para sarar as sangrias do meu coração!
Conhecer-te, foi uma armadilha do destino?
Amar-te, foi a jovial inocência do meu ser!
Deixar-te, foi um sábio privilégio!
Mas que mais do que por encanto, enfim deste tortuoso amor, nasceu uma rosa terna, meiga, carinhosa e gentil,
Uma rosa de puro amor; uma rosa de beleza inconfundível e perfume incomparável, arraigada à terra, enraizada no meu coração.
E é por ela, ó Rosa Bruta sofrida, que ainda toco em teus espinhos, que ainda ouço a tua voz.
E te trato agora, por rosa mãe do amor!