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O Meu Canto de Poeta!

Canto o meu canto de poeta com ou sem erudição, sendo clássico ou pornográfico, numa rebeldia sem causa ou num lirismo imaculado, assim me faço poeta deste gozo estético de versejar e verbalizar o que se sente, por dentro, na mais profunda alma, no mais cármico espírito.

 

Eu canto por que sou poeta e o meu canto serve para o teu êxtase, musa tempestuosa de minha existência que me faz garimpar as mais loucas, lúdicas, líricas, ternas palavras em versos para o teu prazer, para a tua luxúria, para saciar a tua fome, descaracterizando tuas carências.

 

Canto por que sou louco e a minha maior loucura e o meu amor por ti, severa musa austera, radiante, brilhante, distante de minhas poesias.

 

Crivo em palavras sentimentos no papel máquina, com o rubro do sangue de quem sente as dores do mundo qual qualquer poeta, com o azul anil da mais linda tinta esferográfica de quem internaliza o que de mais belo há na Natureza, a fêmea humana.

 

Cravo sobre o magma, rochas ante-erméticas, psicodélicas, loucas, varridas de abstrações alienistas prosaicas, por vezes e por revés, futuristas, predispostas à elucidar todos os mistérios universais que nos cercam, descendo numa ordem cronológica aos mares mais antigos e captando todos os nossos processos alucinogenamente evolutivos.

 

Grito como surdo que não houve eco, que não sente reverberação, mas que grita assim mesmo, estou aqui e exijo explicações, não quero reparações, mas tenho o direito de saber os porquês! Tenho o direito de não aceitar a minha morte.

 

Sufoco nas minhas cantorias, tórridas tristezas, tétricas alegorias de nossas vidas... sempre à procura de poesias e prosas de verbos e versos que no conjunto de suas palavras provoquem sentimentos da adoração até a repulsa, nos meus leitores, posto de que quem escreve e de nada de forte provoca, nada terá escrito.

 

Reporto-me ao azul dos teus olhos e ao rosado dos teus seios para escrevinhar sobre a vinheta mais perfeita que o universo já produziu; a arquitetura, a anatomia do corpo feminino, nu, sobre a relva, por baixo das estrelas e do aroma mais carnal sob o magma que escorre delas em suas entre-pernas. Gozo só de pensar, gozo quando deste tema escrevo, parece que o percorro com a língua de Manoel Maria du Bocage.    

 

Transporto-me por paragens idílicas que negam o real, no intuito de forjar um mundo imaginário, virtuoso para todos os seres vivos, não só humanos, filhos doutra Natureza.    

Autor: Eduardo Gomes
Data: 04/01/2005


 
 

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