Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 03            

UM GRITO DE DENTRO ( ECOPOESIA ) ( Juan Elmer Caicedo Niguén )

Geologicamente me sentindo uma pedra

Uma pedra sem candura, nem halo, nem pressa.
Um vulcão sem cratera, sem olhar, sem esquecimento.
É assim que me sinto hoje.
E o pensamento da minha capa
É um rumor de pássaro morrendo no pôr do sol.

Às vezes a altura do vulcão é um buraco de naufrágios
E mais quando as pontadas do homem
brotam inesgotáveis.
Então eu grito de dentro. De dentro
Eu grito.
E minha voz emerge pálida porque ninguém ouve
E os cemitérios de tardes nos sobrecarregam.

Agora não quero mais cumprimentar. Já não saúdo
Porque nada sai da minha boca.
Me sentindo estupefato de pedras e golpes.
Como um ar preso entre grades.
Pra cima treme a via láctea
E meus olhos choram e mordo o dedo.

Ver que o caule se sente traído
Pela linfa da sua folha
E cabelos são palavras de árvores.
Arrastados pelo rio.
Tudo pela ambição do homem.
Tudo como corrente de tempestades!

Eu não acredito mais no futuro da sua mão
Porque vocês são um gângster de mares escondidos.
Eu não acredito mais na flauta de Hamelin
A não ser que reze um milhão de Padrenossos
E todos os olhos do mundo
E todas as bochechas semeem uma árvore ainda.

Então eu não sei se isso que você está lendo
É uma pedra, canção ou poema
Ou uma agulha remendando os espaços siderais
Horadados nas asas do céu.
Então eu fecho a luz engarçada pelo meu pescoço.
E eu durmo, durmo. Amanhã outro dia será!

Poema de Juan Elmer Caicedo Niguén

M. 09.03.20 e 09.03.20

Hora: 6:17 da manhã

Autor: Eduardo Gomes
Data: 09/03/2020


 
 

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