Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 03            

A Serenata (Adélia Prado)

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis 
tocar flauta no jardim.

Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos: 
ou viro doida ou santa.

Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.

Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

Poema de Adélia Prado!!!

Autor: Eduardo Gomes
Data: 17/08/2019


 
 

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