Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 02            

Os filósofos irão sobreviver (Milton Filho)

A tecnologia evolui rápida e assustadoramente, ao lado de uma evolução moral/espiritual/intelectual pífia, obsoleta, equivocada, doentia.

Ser crítico, criativo, amoroso e gentil é colocar o corpo em perigo porque ofende a inteligência do desinformado, que já experimenta o estresse na alma por transitar na caverna escura das próprias ideias e projeções fenomenológicas incongruentes.

O nível 'hard' agora é outro se o indivíduo quiser viver nesse laboratório social, essa sociedade patológica instrumentalizada e irascível.

Antes, um bom verniz resolvia o atrito natural das relações sociais, o diálogo fluía sem muito dispêndio de energia e as gradações e tons eram mais identificáveis, havia, portanto, uma tolerância razoável e uma compreensão, idem.

A maquiagem, agora, não convence mais. O momento exige, além de originalidade, carinho e respeito verdadeiro ao próximo, no tutano, na medula, na alma, enquanto o outro rosna, mostrando os caninos.

Quem tem essa competência, essa amizade ao saber?

Isto é, as novas gerações dão à luz muitas quimeras e para lutar nessa arena, temos que evoluir ao nível dos filósofos, porque só os filósofos saberão viver no oceano da dialética de abismos. De um lado, uma geração de pensadores e do outro, uma geração de zumbis.

Vivenciamos intensamente a alegoria da caverna e Platão nos observa, tenso, preocupado, visto que a tecnologia, democraticamente, catapulta, envolve e premia todos os lados, assim como o sol, mal ou bem comparando.

A refrega, antes que alguém se precipite, se dará no campo obscuro e largo da intimidade. Aliás, nunca foi em outro lugar e o que vemos do lado de fora é o espelho dessa caverna, onde vivemos precariamente, constrangidos por nossas escolhas.

Texto de Milton Filho...

Autor: Eduardo Gomes
Data: 16/01/2019


 
 

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