Te esquecer é como domar tornados.
Tornado estou à tua devoção.
Rasguei noites a fio.
Venci os desafios do pranto.
Torci os fatos e as entranhas.
Gritei estranhas maldições.
Fui viril, menino, fé, felonia.
Meus olhos despiram-se de sonhos.
Minhas mãos despediram-se por milênios.
Roguei ao espírito da demência.
Para tirar a lucidez do grito.
Que te retém em mim.
E nem assim foi possível,
Te esquecer uma vez.
Em cada letra, sílaba, palavra,
Frase, verso, poema gesto.
Quase não sei mais o que fazer
Tentando esquecer,
Que és incessante,
Toda poesia.
Poesia de Geraldo Máia.