Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 01            

Soneto ( Brenno Kenji )

Mal me tocas, minha carne se consome
destrançada nos teus dedos, e ai de mim!
eu deságuo liquefeito entre o teu nome
e o que some diante do que ainda não vi...

E disforme, vou sorvendo-me em mim mesmo,
e tuas mãos e minhas mãos, e os meus, teus beijos,
tudo perde-se e em tumulto esfaz-se; e eis-me
confundido entre o teu corpo e o teu desejo.

Quando enfim nos separamos já desfeitos,
um suspiro nos liberta e nos perfaz.
E entre o nada que nos resta de um final

descansamos simplesmente satisfeitos.
Nem mais nobres nem mais vis o amor nos faz:
todo amor, ó meu amor, é amoral.

Soneto de Brenno Kenji, 07/02/2002.

 

Autor: Eduardo Gomes
Data: 18/10/2005


 
 

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