A hora do trabalho
Não espero que o dia passe
avanço nas horas
rolando a ribanceira do tempo.
Não espero os primeiros sinais
de um oco crepúsculo
pouco a pouco muscular.
O dia mantém-se escuro nas faces
que têm medo da natureza
tornando-se presas
nos tentáculos de toda espera.
O dia é escuro, morena!
É caça fácil aos patrões da aurora
osso duro
cifrão da quimera
fóssil da noite que passara.
Quem dera o dia fosse teu abraço!
Poema de João de Abreu Borges.