Uma lágrima; foi mais do que o suficiente;
Tua, sim, tua!
Para partir-me o coração,
Naquele nosso namoro, que surgia,
Em serenos toques de olhar,
E por final a nossa aproximação,
E nossa tétrica desilusão,
Um “bêbado”; atirou uma garrafa nos teus pés!
Teu sangue escorrendo, tuas lágrimas rolando,
Teus amigos te socorrendo,
Tu choravas em pranto,
E eu chorava pelo fim do início do nosso amor,
Chorava por nossa dor,
Impávido, pálido, atônito,
Com desejos assassínios, dentro de mim!
Mal dizendo o destino, conosco tão cruel,
Um bêbado forjado, em nossos caminhos,
Um homossexual representando seus pederastas superiores,
Para desconcertar o nosso amor!
E não é que assim o foi,
O “bêbado” morreu em 1984,
Seus comandantes, abutres, hienas, condores, ignorantes,
Hoje se encontram na uti de seu país moribundo,
Visado por todo o mundo!
Sinto muito, Marcela, sinto muito, querida,
Meu passado me condenava, para imbecis,
Posto que sou parente de Giocondo Dias,
E Filho de Fernando Gomes,
Comunistas em suas primeiras infâncias!