Senhor, hoje em prantos rezo!
Senhor das trevas e dos martírios,
Pois o pranto meu estatelado em delírio,
Vivifica o calvário deste povo sofredor.
Não dá para não chorar, tanta miséria!
Sendo a terra a mãe da matéria,
Porquê tanta fome e desolação,
Que deslocam esses corpos para o infortúnio,
Da inanição vilã da pobre plebe,
Que sangra em desnutrição?
Tanta carne tanto pão,
Tanta falta de comunhão,
Da riqueza que não serve a ti,
À pobreza que devasta a multidão!