Nobreza Comovida!
Comem-te com voraz desejo,
És infeliz,
Pouco ao mundo importa,
Tua sina de meretriz!
Aos carnívoros, tua aorta,
Na dor da carne morta em vida,
No desamor,
E na tua alma dilacerada!
No íntimo duma ferida,
Degradada,
Por gozada requerida,
Serve-te à mesa, querida,
Desta nobreza,
Tão comovida!
Autor: Eduardo Gomes Data: 12/10/2004
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