A Dualidade de Qualquer Pandora!
Traz no rastro dos seus desejos
Uma teia múltipla de dualidade
Sente nos corpos que pressente
Fervor nas veias sem qualquer maldade
Bondade e sorriso pelo sorriso d’outra Flor
Bondade e sede pelo salgado sorriso
Ávida nesta cumplicidade
De viver o que é dúbio
De provar o néctar duma Rosa
Singela, terna, meiga, doce, delicada.
De podar os espinhos dum Cravo
Selvagem, ardiloso, causticante.
Como Pandora é qualquer Rosa
Como Flor Filha sente um duplo sentido
Os seios o umbigo
O toco a virilidade
E não a nada mais belo que a Rosa que ama a Rosa
E vibra ao amor com vontade
Que sente o calor quando goza
Pela Rosa, pelo Cravo, pela Dualidade Feminina.
Ai deste sentimento inatingível
O êxtase do gozo da amizade
Da Rosa, do Cravo e outra Flor.
Flor amorosa, seios rosa, cumplicidade.
Condicionariedade da Mãe Natureza
Que lega às suas filhas os desejos
À Mãe: corpo, carne, seios, gestação,
ventre, primo contato sexual.
Ao Pai como referência reprodutiva
Ai bela diva de amor sem maldade
Rogai com calor esta tríade
Plantai teus ensejos na verdade
Das almas das Flores de Pandora
Coloridas cujas belezas defloram
Qualquer macho, qualquer fêmea.
Na eternidade dum simples olhar
Verde, azul, negro ou castanho.
Na fraternidade de um toque entre amigas
Na beleza de um beijo entre Fêmeas
Na perfeição da Mãe Natureza
Que versa esta poesia por minhas mãos
Para descrever o que há de mais belo
Para fitar esta voz de arribação
Na ribalta dos ares Andinos
Nas crateras das torres de três Vulcanos
Que não se extinguem desde que nascem
Tal qual Édipa amando Jocasta.
Tal qual Elektra amando Jocasta
Com pureza, beleza, tesão.
Como um ninho que traz propensão
A um futuro, um novo porvir.
Onde a mulher poderá sentir
E viver seus desejos sem contradição
Sem marcas pecaminosas ou doenças
Vivendo a sua duplicidade de forma intensa...
Onde [ Pandoras ] = [ Muitas das Fêmeas ].
Autor: Eduardo Gomes Data: 01/03/2003
|