Lágrimas. Resíduos de dor num mar de profundo infinito.
Pálpebras. Descanso, reflexo do porvir do que se vê.
Sátiras. Compasso fugidio do que nos é desafeto.
Cátedras. Berço do contrito e da contrição absoluta.
A lágrima por sobre a pálpebra, não é sátira, está na cátedra.
A cátedra, onde escorre a lágrima, não é sátira,
é um descanso para a pálpebra.
Lágrima, pálpebra, sátira, cátedra.
Na pálpebra, lacrimejo; na cátedra, não ouso satirizar.
Eis o respeito da lágrima, da pálpebra, da sátira, à cátedra.
Catedral, lácrima, pétala, riso.
Por onde rezo, choro, me encanto e sorrio.
Se me encanto por onde choro, rezo por teu sorriso.
Se rezo, rezo por ti, quando choro, choro por ti,
o meu sorriso é para ti.
Prantear por alegria, não me é conhecido.
Soluçar por tristeza, eis o meu canto de dor.
Sem por querer, sofrer é o que me fazes.
Sem por sentir, me feres sem me ferir.
Mas por saber, me envolves por seu amor.
Mas por querer, removes a minha dor.
Quero-te ó lácrima!!!