Poesias

PAULO DE CARVALHO       Voltar   Imprimir   Enviar   Email

a face CALADA do vento ( Paulo de Carvalho )

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quando seu NOME é noite quão estranho pode parecer falar de face do vento... tanto mais estranho quando se diz que é calada. onde sua face para distinguir seus omissos? para ele, caminhante pelos mais indizíveis e intrínsecos lugares; no mais absurdo das madrugadas – por suas ruas e becos – o vento está para além de meramente AR. É SOPRO! denso, intenso...
[o respirar ofegante de um DEUS
de aço, abastado e inchado de
glórias a exigir de seus filhos
eterna adoração...
 
quem sabe dizer das melancólicas urbes, suas avenidas e becos, tudo o que se grita nas ruelas em suas insondáveis ocultações? por onde as faces se opacam? tingidas estão de escuros densos, tão densos como se rejuntados com luas, escarlates e eclipses. Medos! densas são as vias... tensas travessias... intensas de sustos e ânsias.
 
[as manhãs exalam cores de mofo
e seus odores ocres pelas longas
avenidas ao romper das tardes —
o desembocar nas opacas noites
 
a face CALADA do vento
Paulo de Carvalho

Autor: Eduardo Gomes
Data: 10/09/2025

 

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