Rosa Branca:
"Parece muito doce aquela cana!!!"
O amor poeta é como uma sopa insossa,
A toda a boca que o prova, engana,
Regurgita...
O amar poeta é como a flor de lotus,
A todo o corpo que o sente,
Renasce, ressurge da lama...
O amor poeta é como uma palafita,
Na maré cheia fica por baixo,
Na maré baixa fica por cima,
Na maré é como um gereré,
Podre, câncrico e putrefacto...
Na lua cheia é plena para amar,
Na lua minguante, triste, nos faz chorar,
No sol poente é só clarividência,
No sol nascente é só escuridão...
E o seu espectro verde cana,
Com seu aroma suave de papoula,
Com seu aroma selvagem de flor da graxa,
Com seu torpor silvícola d'aborígene australiano,
Completamente viciado n'outra flor, a flor da Coca,
Perpassa meu coração vagabundo...
Prometendo-me a título de destaque,
Salvação, contrição, nas tormentas desse mundo,
E mil dissimulações, para o meu cérebro de traque...
Que explode, em gozo predado, extasiado e enganado,
Por ti gananciosa rosa, amorosa, maternal, preciosa,
Carinhosa, perfumada, melindrosa e barata...
E cura a minha dor de viver,
Na doce ilusão,
Dum amor dissimulado, vendido, mentido e caricaturado,
Neste poema que hora gozo...
Autor: Eduardo Gomes Data: 31/08/2025
|