Solidão ( Éden Cara )
Sim, eu me isolo. Não porque não goste de pessoas, mas porque o mundo me esgota: o barulho incessante, as multidões apressadas, as conversas que se arrastam sem profundidade. Isolo-me porque prefiro estar só do que cercado por pessoas que não compartilham a mesma vibração, o mesmo compasso da alma.
Não, não digo que sejam menos interessantes ou dignas. Apenas somos diferentes. Nossas sensibilidades dançam em alturas distintas, e está tudo bem assim.
Quanto mais o tempo passa, mais sei quem sou, para onde vou e o que não permito carregar. Compreendi que a solidão, para mim, não é ausência, mas presença — uma conexão serena comigo mesmo, onde o silêncio é um abraço e nunca um vazio.
Sim, o mundo oferece muito, mas carrega consigo a inveja e, às vezes, o prazer distorcido de nos afastar de nossa essência. Por isso, encontro meu refúgio na minha bolha — seja em casa ou na vastidão da natureza. É ali que cultivo minha paz, minha serenidade e minha libertação, espremendo o melhor de mim, vez após vez, no silêncio que escolho.
Não sou anti-social. Sou um empático seletivo. Um empático que aprendeu a escutar seu corpo, sua mente e sua alma. Amo as pessoas com profundidade, ouço, acolho e, quando posso, ajudo. Mas depois, meu “eu” pede descanso. Pede o retorno ao silêncio, onde me encontro e me reconstruo.
E, se dedico meu tempo a alguém, saiba que nunca é para preencher um vazio, mas porque eu quero. Porque, sinceramente, eu escolhi estar ali.
Autor: Eduardo Gomes Data: 05/01/2025
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