Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 03       Voltar   Imprimir   Enviar   Email

Curso da existência ( J. Krishnamurti )

"O fato bem óbvio é que, com a nossa avidez, nossa ânsia de posse, nosso medo, nossos efêmeros prazeres, nossa satisfação pessoal, somos animais. Animais altamente evoluídos. Se observamos um animal, vemos que ele tem conflitos como nós. Os macacos antropoides são ciumentos e tem seus desentendimentos conjugais. Como nós, eles se juntam em grupos - primeiro a família, depois a tribo, etc. -; e, há pouco, alguém disse que esses macacos fariam tão boa figura nas assembleias da ONU como qualquer ente humano! É evidente que nosso caráter, nossa devoção, nossa coragem, nosso medo, nossas guerras, nossa pretensa paz, nossas lutas, tudo procede desse fundo animal. Não precisa discutir comigo a este respeito. Os biologistas, os antropólogos o dizem, se deseja autoridades.

Ora, é possível um homem libertar-se desse fundo animal, não no fim, lenta e gradualmente, porem cortando-o de um só golpe, eliminando-o definitivamente, para que tenha então uma moral, uma ética, uma percepção da beleza totalmente distinta, separada do fundo animal? Por certo, para vivermos juntos no mundo, necessitamos de uma moralidade de conduta social; mas, atualmente, nossa moral, nossos conceitos de conduta - que constituem as formulas de nossa existência diária - são ainda procedentes do 'animal', - e não queremos admitir isso. Apraz-nos pensar - porque somos um pouco mais capazes, mais eficientes e inventivos do que os macacos - que por isso somos mais humanos; mas os macacos também se servem de instrumentos para apanhar coisas, tem inventividade e, portanto, é pequena a diferença entre eles e nós."

Texto: Curso da existência ( J. Krishnamurti ) 

 

 

Autor: Eduardo Gomes
Data: 15/05/2023

 

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