“botei todos os fracassos na parada de sucessos“
Em 1964, ainda na Bahia, integrou o show Nós, Por Exemplo, ao lado de Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Maria Bethânia e outros. No ano seguinte, acompanhou sua irmã Maria Bethânia ao Rio de Janeiro, onde ela estrearia como substituta de Nara Leão no espetáculo Opinião. Em 1967, já reconhecido como letrista de talento, dividiu com Gal seu primeiro LP, Domingo, e defendeu, ao lado dos Beat Boys, a canção “Alegria, alegria”, de sua autoria, no III Festival de MPB da TV Record. Este evento é considerado um dos marcos do início do Tropicalismo.
Após uma série de shows, o movimento liderado por Caetano e Gilberto Gil, sempre cercado de muita polêmica, acabou reprimido pelo regime militar. Ambos foram presos e partiram para o exílio político em 1969. Caetano foi para Londres, onde gravou dois discos, retornando ao Brasil três anos depois com novo visual e nova proposta musical. Em Salvador, dividiu, então, um show com Chico Buarque no Teatro Castro Alves.
Em 1973, Caetano lançou seu disco mais experimental, Araçá Azul, recordista em devoluções por parte dos ouvintes. Após os discos Jóia e Qualquer Coisa, lançados em 1975, Caetano juntou-se a Gil, Gal e Bethânia para formar Os Doces Bárbaros. Ao longo da segunda metade dos anos 70, Caetano lançou discos que marcaram época, tais como Muito, Cinema Transcendental e Bicho.
Na década de 80, ele passou a incorporar novos elementos sonoros nos trabalhos, como o pop-rock dos anos 80 e o rap, nos discos Uns, Velo, Outras Palavras e Estrangeiro. Em 1986, apresentou com Chico Buarque o musical Chico & Caetano, na TV Globo, e dirigiu o longa-metragem O Cinema Falado.
No início dos anos 90, Caetano Veloso gravou o disco Circuladô, cuja faixa-título é um trecho musicado do poema Circuladô de Fulô, de Haroldo de Campos.
Em seguida, retomou a parceria com Gilberto Gil, no disco comemorativo Tropicália 2, seguido por Fina Estampa, com recriações de clássicos latinos. No cinema, criou trilhas para dois filmes de Cacá Diegues: Tieta e Orfeu da Conceição.
Em 1997, lançou Verdade Tropical, livro de memórias sobre o Tropicalismo, e o premiado disco Livro, vencedor do prêmio Grammy, em 2000, na categoria Melhor Álbum de World Music. Em 1999, puxado pelo mega-sucesso “Sozinho” (de autoria de Peninha), seu CD ao vivo Prenda Minha superou um milhão de cópias vendidas.
Naquele mesmo ano, Caetano produziu o novo disco de João Gilberto e lançou o CD Omaggio a Federico e Giulietta, com músicas sobre o cineasta Federico Fellini, apresentando-se ao lado de Lenine na Cité de La Musique, em Paris. Seu prestígio internacional cresceu a partir de 2002, com as participações nos filmes Fale com Ela, de Pedro Almodóvar, e Frida, de Julie Taymor.
Em dezembro de 2000, lançou o CD Noites do Norte, com músicas inéditas; seguido por Eu não peço desculpas, com Jorge Mautner, em 2002; A foreign sound, com canções americanas, em 2004; e, finalmente, em 2006, lançou o surpreendente Cê, com repertório inédito voltado para o rock-and-roll.
[ ] repertório
01. Outras palavras (Caetano Veloso), 1981
02. Livros (Caetano Veloso), 1997
03. Zera a reza (Caetano Veloso), 2000
04. Trilhos urbanos (Caetano Veloso), 1979
05. Chuva, suor e cerveja (Caetano Veloso), 1971
06. Pipoca moderna (Caetano Veloso e Sebastião Biano), 1975
07. Da maior importância (Caetano Veloso), 1975
08. Cá-já (Caetano Veloso), 1986
09. Um sonho (Caetano Veloso), 2006
10. Língua (Caetano Veloso), com Elza Soares, 1984
OUÇA
Veja mais:
