HUMILHAÇÃO ( Eugénio de Sá )
Tremenda, estulta e ominosa mácula
A que ensombrou aquele maldito dia
Quando envolvido em ardilosa lia
Eu me enredei nessa teia ridicula.
Sinto-me usado, triste, desdenhado
Cansado e rendido ao cambalacho
Que hoje me faz sentir como um capacho
A que alguém limpa os pés, desapiedado.
Mas ninguém merece ser tão humilhado
Pra logo se sentir só e ignorado
Ludibriado com falsas esperanças.
Se o tempo é de partir, então partamos
Porque sofrer por meses e por anos
Fadiga e dói plas malquistas andanças.
Soneto HUMILHAÇÃO de Eugénio de Sá...
Autor: Eduardo Gomes Data: 07/03/2020
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