Poesias

GILKA MACHADO       Voltar   Imprimir   Enviar   Email

Sempre-viva

Sempre-viva, teu nome exprime quanto vales,
e, embora te não desse aroma a Natureza,
quem, como eu, padecer o maior dentre os males,
por força ha de exalçar-te a original belleza.

Quer abroches num horto ou na campa assignales
uma grata lembrança, eternamente accesa,
vive essa chamma de ouro inserida em teu calix,
como um sol que a surgir illumine a deveza.

Exposta ao sopro rijo e inclemente do Vento,
aos queimores que o Sol impiedoso te lança,
não te rouba a tortura o fulgor opulento.

És como esta paixão (minha paixão estulta!),
que o túmulo a enfeitar de uma extincta Esperança,
aos rigores da Sorte esplende, viça, avulta!

 
- Gilka Machado, in "Crystaes Partidos: poesias". Rio de Janeiro: Revista dos Tribunaes, 1915. (ortografia original)

Autor: Eduardo Gomes
Data: 21/02/2020

 

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