Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 03       Voltar   Imprimir   Enviar   Email

O Gênio da Multidão ( Charles Bukowski )

(The Genius of the Crowd, por Charles Bukowski)

Há bastante traição, ódio, violência, absurdidade no ser humano medíocre para suprir qualquer tipo de exército num determinado dia.

E o máximo do assassinato são aqueles que pregam contra ele.

E o máximo do ódio são aqueles que pregam o amor.

E o máximo da guerra são aqueles que pregam a paz.

Aqueles que pregam Deus, necessitam de Deus.

Aqueles que pregam a paz não têm paz.

Aqueles que pregam a paz não têm amor.

Cuidado com os pregadores.

Cuidado com os conhecedores.

Cuidado com aqueles que estão sempre a ler livros.

Cuidado com aqueles que ou detestam a pobreza ou estão orgulhosos dela.

Cuidado com aqueles que são pressurosos em elogiar,

pois eles necessitam de louvores em troca.

Cuidado com aqueles que são pressurosos em censurar: eles temem o que não conhecem.

Cuidado com aqueles que procuram constantemente multidões porque não estão nada sozinhos.

Cuidado com o homem medíocre, com a mulher medíocre.

Cuidado com o amor deles; o amor deles busca a mediocridade.

Mas há gênio em seu ódio.

Há bastante gênio em seu ódio para matar-te,

para matar qualquer um.

Por não querer a solidão,

por não compreender a solidão,

tentarão destruir qualquer coisa que difira deles próprios.

Por não serem capazes de criar arte,

eles considerarão sua própria falha como criadores

somente como defeitos do mundo.

Não sendo capazes de amar plenamente,

acreditarão o teu amor incompleto

E então irão odiar-te.

E o ódio deles será perfeito.

Como um diamante brilhante

Como uma faca

Como uma montanha

Como um tigre

Como uma erva daninha.

Sua mais fina arte

(The Genius of the Crowd, por Charles Bukowski)

Autor: Eduardo Gomes
Data: 31/01/2020

 

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