Poesias

TEXTOS D TERCEIROS 03       Voltar   Imprimir   Enviar   Email

Enterrem meu coração na curva do rio ( Dee Brown )

 O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. [...].Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia (sic) é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exauri-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
 
Chefe Sioux TOURO SENTADO (Tatanka Yatanka), em carta ao presidente dos EUA em 1855, referida no livro “Enterrem meu coração na curva do rio”, de Dee Brown.
A espetacular obra aborda a questão dos índios americanos a partir da visão do perdedor, diferente de tudo que Hollywood passou para o mundo.
Excelente.

Autor: Eduardo Gomes
Data: 02/11/2019

 

Categorias Poéticas:


Eduardo Gomes          Tel.: 55 - 71 - 98148.6350     Email: ebgomes11@hotmail.com | Desenvolvido pela Loup Brasil.