Oh inefável solidão!
Que me fala com fria voz
Sussurrando a contento,
Brincando com meus sofrimentos
Sarcástica, mordaz e atroz.
Oh inefável coração !
Que a procura de um abascanto
Para lhe abrandar-te a alma
E lhe trouxesse alguma calma,
Acabou criando o pranto.
Oh inefável coração !
Que corroído bate em arritmia
Atordoado com a salgada água
Que por minha face tranquila desagua
Em perfeita simetria.
Oh inefável coração!
Que deveras foi partido.
A dor foi tanta que escorreu pelo olhar,
E o fel amargo desceu garganta
Só lhe restou a esperança,
E foi se embora petrificar.
Poema de Everton Castro