Nada é coincidência:os golpes nascem em Washington(Baseado em Jandira Feghali)
Poucos sabem, mas boa parte do golpe oligarca-militar de 1964 começou a ser gerado bem antes do dia 31 de março. Dois anos antes, como uma estratégia muito bem tramada, entidades ultra-reacionárias foram inundadas de dólares com o objetivo único de atacar a Esquerda e os progressistas. Uma parte da História que nos remete ao momento atual.
Poucos sabem que o americano Ivan Hasslocher comandava o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), financiando e manipulando mais de 600 candidatos brasileiros defensores dos interesses dos EUA (desembolsou mais de '1 bilhão de cruzeiros', dinheiro oriundo do The Royal Bank of Canada, Bank of Boston e The National City Bank of New York, conforme as memórias do ex-deputado Eloy Dutra - PTB).
O IBAD foi expressivo no golpe, na instalação da Ditadura e na destruição da democracia. Grupos conservadores e o empresariado, principalmente paulistas, integraram o IBAD, e organizaram a execrável 'Marcha com Deus e a família pela liberdade', reunindo parte substancial da classe média em ato contra o governo João Goulart e tudo que ele representava.
Neste ponto da História afloram 'coincidências'. Ainda que as dificuldades geopolíticas influenciaram a economia brasileira, Foi insuportável para o capital internacional e nacional a continuidade de um projeto político democrático e popular em um Brasil que defendia sua soberania, direitos sociais e distribuição de renda para o desenvolvimento justo, e pior, com um valioso pré-sal sob domínio do Estado. Os governos Lula e Dilma ainda são um doloroso soco no estômago do capitalismo financeiro.
Não à toa, ocorreram apoios financeiro e ideológico de grupos ultraconservadores internacionais por trás dos 'espontâneos' protestos contra o Governo Dilma. Os bilionários irmãos Koch, que possuem interesses em gás e petróleo, atuaram com forte lobby em entidades que lideraram as manifestações como o Movimento Brasil Livre (MBL).
O ódio insuflado por tais grupos, generalizando a política como corrupta e pregando o fim de um governo eleito democraticamente, foi mais uma inaceitável tentativa de retrocesso. Geraram, pelo país, ondas de ira, dando espaço a grupos fascistas e pregando absurdos como a privatização da Petrobras. Tudo não passou de oportunismo destas 'forças' que nunca se importaram com a desestabilização do país e a consequente ruptura democrática.
Interesses econômicos internacionais e nacionais são capazes de tudo. Cabe ao Brasil defender seu patrimônio e não ceder na discussão política, nas ruas, ou no Congresso. A caminhada nesta senda é longa e histórica, pois as lutas pela liberdade e emancipação do povo estão na sua essência. Muitas vidas se perderam nesta trajetória e é por isso que se deve resistir, para que o atraso não se aproprie do futuro do país, mantendo o embate aberto, arejado, sem medo, com a coragem de quem conhece e rememora o passado e quer avançar muito mais. Bem mais.
(Baseado em Jandira Feghali)
Autor: Eduardo Gomes Data: 03/04/2019
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