Poesias

AUGUSTO DOS ANJOS       Voltar   Imprimir   Enviar   Email

Aberração

Na velhice automática e na infância, 
(Hoje, ontem, amanhã e em qualquer era) 
Minha hibridez é a súmula sincera 
Das defectividades da Substância. 
 

Criando na alma a estesia abstrusa da ânsia, 
Como Belerofonte com a Quimera 
Mato o ideal; cresto o sonho; achato a esfera 
E acho odor de cadáver na fragrância! 

Chamo-me Aberração. Minha alma é um misto 
De anomalias lúgubres. Existo 
Como o cancro, a exigir que os sãos enfermem... 

Teço a infâmia; urdo o crime; engendro o iodo 
E nas mudanças do Universo todo 
Deixo inscrita a memória do meu gérmen!

 

Soneto de Augusto dos Anjos!

Autor: Eduardo Gomes
Data: 03/03/2019

 

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