Passos Soturnos!
Andava pelas trevas em passos soturnos,
Como quem desfila em pleno carnaval!
Numa alegria docilmente lânguida,
Qual tristeza de que não se escapa!
E o pior de tudo é que escapar não queria,
Pois não o era tormenta e sim bem querer,
A certeza de morte que extrai dos corações,
Qualquer arrepio d’esperança!
Nem o calor do dia, nem o frio da noite,
Nada para ele fazia sentido,
Pois que tudo lhe era ilusão!
Qual miragem nos desertos,
Deserdadas almas pela humanidade,
Que troca humildade por orgulho e vaidade!
Autor: Eduardo Gomes Data: 17/10/2006
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