Soneto da Infantilidade ( Zé Rodrix )
Queria ser poeta, e sem demora jogou a vida inteira neste intento: mas, como lhe faltava o sentimento, cresceu apenas do lado de fora.
Fazia-se ideal a toda hora, soltando a cabeleira em pleno vento, e o público dizia: - Que portento! Vê como geme e grita e ri e chora?
Daí acompanhou-se de alguns músicos que sustentavam seu gogó na pista com gestos mais ridículos que trágicos.
Sucesso, quando faz, é só de vista, pois tentando ser poeta, em raios fúlgidos, já não sabe ser mais que só “artista”.
Soneto de Zé Rodrix em 21/02/2006.
Autor: Eduardo Gomes Data: 21/02/2006
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