U'a Negra!
Vagava sorrateiro noite à dentro, Entre os pios da coruja, espreitava, U’a Negra, perfumada de coentro, Erro meu, no seu percalço, me deleitava!
E os gemidos que sorvemos ao tocarmo-nos, Estarreceu do Pelourinho à Freguesia, Na nossa sede de prazer não saciávamo-nos, E neste enlace enalteceu-se a putaria!
Nobre quem? Escravo quem? A minha desgraça! Apaixonei-me pela negra, na trapaça, Dos trocados que a bendita me cobrou!
Senti-me perdido, entristecido com o desfecho, Dum amor comprado, de carícias vadias, Para um poeta que entregou-se plena mente!
Autor: Eduardo Gomes Data: 25/10/2005
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