Transit ( Artur Azevedo )
Tu és dona de mim, tu me pertences, e, neste delicioso cativeiro, não queres crer que, ingrato e bandoleiro, possa eu noutra pensar, ou noutro penses.
Doce cuidado meu não te convences de que tudo na terra é passageiro frívolo, fútil, rápido, ligeiro, e a pertinácia do erro teu não vences!
Num belo dia - hás de tu ver - desaba esta velha afeição, funda e comprida, que tanta gente nos inveja e gaba...
Choras? Para que lágrimas, querida? Naturalmente o amor também se acaba, como tudo se acaba nesta vida.
Soneto de Artur Azevedo.
Autor: Eduardo Gomes Data: 18/10/2005
|