Pecadora!
Tinha no olhar cetíneo, aveludado, A chama cruel que arrasta os corações, Onde seios rijos eram dois brasões Onde fulgia o símb’lo do pecado.
Bela, divina, o porte emoldurado No mármore sublime dos contornos, Os seios brancos, palpitantes, mornos, Dançavam-lhe no colo perfumado.
No entanto, esta mulher de grã beleza, Moldada pela mão da Natureza, Tornou-se a pecadora vil. Do fado.
Do destino fatal, presa, morria, Uma noite entre as vascas da agonia, Tendo no corpo o verme do pecado!
Soneto de Augusto dos Anjos.
Autor: Eduardo Gomes Data: 18/10/2005
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