Poesias

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Louco ou Lúcido?

A carne morta era verde água!
O caixão explodia em flores!
O perfume de cadáver era aprazível!
A morte não é miserável?

O crânio estava recolocado!
O cérebro na estribaria!
Estudos encefálicos seriam feitos,
Era o que parecia!

Às narinas, algodão embebecido em formol,
Necrófilas e carcomidas velhas, velavam o defunto!
Presunto cruel, cru, para banquetes,
De seres superiores, posto que nos consomem!

A sorte, na morte, compromete-se!
O morto era tido como esquisito, soturno!
Versava a vida, versava o espúrio, versava a morte!
Versava de forma insensata! Gostava muito de mulatas!

Dizia-se poeta das mulheres, sentia-se feliz e viril!
Dizia-se poeta do real, sentia-se transtornado!
Dizia-se poeta, sentia-se louco!
Dizia-se vivaldino, sentia-se lúcido!

Louco ou lúcido, seu dilema?
Loucuras, seus poemas?
Poesias, suas patifarias?
Predicados, seus pecados?

Louco pela vida!
Lúcido por Natureza!
Louco com a morte!
Lúcido com a beleza!

Poeta e apoeta?
Discreto mentor?
Indiscreto condutor?
Das musas, o maior navegador!

Autor: Eduardo Gomes
Data: 05/06/2005

 

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