Aborto
Maria prostituída na descrença,
Vive no horto da hemorragia...
Seu feto, filho do mocambo,
Foi estrangulado em vida; nu’a antropofagia!
Criatura que o destino renegou,
Dum ato sexual promiscuído!
Filho do amor dum corvo ungido,
Com uma mulher que a desgraça; propagou!
Sequer, teve a prerrogativa de nascer,
Para ser, desta terra, um ser sofrido!
Sequer, teve a chance de viver,
E dizer; mãe, pai obrigado por ter permitido,
Sentir, viver, sofrer,
Chorar, amar, não ter morrido!
Autor: Eduardo Gomes Data: 18/04/2003
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